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sábado, 29 de dezembro de 2012

A regra dos terços na fotografia.



Porque é que certas fotografias, mesmo que de algo bem singelo, podem cativar mais ou menos os nossos sentidos dependendo da forma como são captadas ?

Ao olhar para esta fotografia (árvore) de imediato me ocorreu escrever um pouco sobre uma regra básica da fotografia – a Regra dos terços.

Apesar das regras não serem uma verdade absoluta e incontornável, elas existem. Por vezes, podem ser “quebradas” mas não deixam de assim se chamar, porque são regras.
Esta fotografia não foge “a regra” e é um bom exemplo demonstrativo da mesma.
Este princípio consiste em dividir, de forma imaginária, através de 4 linhas ( 2 verticais e 2 horizontais ) aquilo que vemos através do visor da câmera. Desta forma a cena fica dividida em 9 partes iguais. São precisamente estas linhas que vão dividir a cena em terços. Quer horizontalmente, quer verticalmente ficamos com a imagem dividida em 3 partes iguais.
Essas linhas imaginárias, que dividem a cena, servirão de guia para “centrar” o objeto principal da nossa fotografia na intercepção das verticais com as horizontais.

Fazendo uso de um velho ditado que diz que uma imagem vale por mil palavras e “pegando” na fotografia em causa, fiz uma sobreposição em Photoshop dessas tais linhas “imaginárias” com vista a demonstrar como ficaria a divisão acima explanada. 



Como se observa, o motivo principal encontra-se na intersecção da linha vertical (2) com a linha horizontal (3)Ponto A.

Qualquer um dos outros pontos de intersecção de linhas ( marcados a vermelho e também chamados de “pontos de ouro”) seria igualmente válido. Tudo depende do motivo a fotografar. 





Por que fazer uso desta regra ?

Bom, é tudo por uma questão de enquadramento, de composição e de estética. Esta é uma regra básica “herdada” das artes, designadamente da pintura (onde assume também grande importância) não sendo exclusiva, por isso, da fotografia. De igual modo é também seguida noutras áreas da imagem como no vídeo e cinema.

Esta regra pode e deve ser seguida, sempre que possível, nas várias vertentes da fotografia que seja paisagística, arquitetônica, de pessoas, etc.
Ao evitar centrar os objetos que fotografamos e fazendo uso desta regra estamos a criar mais harmonia e impacto nas fotografias.
Por exemplo, as fotografias que retratem o horizonte ganham mais impacto se o enquadrarmos no terço horizontal superior ou no inferior. Um enquadramento no centro da fotografia deve por isso ser evitado.
Regressando ao exemplo, também de maneira instintiva, verificamos que a fotografia da árvore em causa ocupa os 2/3 verticais direitos da imagem deixando livre o restante terço vertical. É outra maneira de interpretar esta regra. Colocar o objeto da fotografia de maneira a ”fazer uso” de 2/3 da imagem, quer sejam verticais, quer sejam horizontais. Ou, pelo contrário, usando somente os restantes 1/3 com o motivo principal e deixando “livre” a outra parte.
A este propósito, quando usada esta regra em objetos em movimento ou mesmo em estáticos mas em que haja um sentido de marcha lógico (para a frente) deve deixar-se o espaço 1/3 ou 2/3, consoante seja o caso, livres à frente desse objeto. 



Mais uma vez, uma imagem com certeza que explicará melhor este conceito!
No caso concreto desta fotografia, de um pássaro, não haveria um enquadramento correto se a ave estivesse na posição da linha 1.
Não haveria espaço à frente do sentido lógico de deslocação da ave tornando, isso, a composição desagradável e esteticamente muito pouco apelativa.
Este outro princípio, aqui associado à regra dos terços, também deve ser seguido em casos de fotografias de animais, veículos e de tudo aquilo que se possa mover e tenha o tal sentido lógico de marcha.

Outra “maneira” de entender ou de interpretar a regra dos terços, já acima referida, é a de ocupar 1/3 ou 2/3 da área do fotograma (vertical ou horizontalmente) com o motivo principal e deixar o restante espaço “livre”. No exemplo seguinte vemos a diferença entre uma composição centrada (imagem da esquerda) e uma que segue esta regra. O aglomerado de casas (na fotografia da direita) foi “posicionado” nos 2/3 horizontais inferiores da imagem e deixado quase “livre” o terço superior. 






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